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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Nós vimos a banda passar...

Vinte e sete anos de história chegam ao fim. Algumas horas atrás o último músico da - agora extinta - Banda Sinfônica do Estado de São Paulo (BSESP) acaba de sair do Teatro Caetano de Campos após assinar seu desligamento. Os amigos despediram-se uns dos outros, da equipe técnica e do Maestro; tristes, mas de cabeça erguida.  

Desde o ano passado, quando receberam as primeiras notícias de um desmantelamento, todos os músicos vêm batalhando arduamente para tentar salvar esse importante pedaço da trama cultural brasileira com campanhas e ações diversas, mas fazendo principalmente o que sabem melhor, a arte que treinaram e desenvolveram, diariamente, durante toda uma vida.
Os concertos de protesto demostraram que mesmo na adversidade o trabalho do músico é dedicado ao público. O refinamento desse artesanato não deve ser confundido com mero entretenimento; é a arte que resiste a provocação do tempo e demanda esforço para se executar.  Qualquer pesquisa e comprovação científica moderna apenas demonstra no papel o que qualquer pessoa é capaz de compreender. Música é ensinamento, inteligência, desenvolvimento, conhecimento, emoção, medicamento, história e evolução.
Grande lar dos instrumentistas de sopros, as bandas surgiram de forma orgânica e se espalham pelo país, sua história sempre interligada com narrativa de sua cidade. Atualmente essa formação é a que gera o maior número de composições sinfônicas inéditas, sendo responsável também por garantir postos profissionais que suprem a demanda de músicos. Muitas vezes são essas bandas uma das poucas opções de difusão cultural de cidades pequenas.
A BSESP representava o ponto mais desenvolvido dessa tradição,  para músicos jovens era um dos destinos da carreira profissional e, para as bandas já profissionais, era um dos exemplos e grande representante do repertório.  O grupo conseguiu respeito internacional ao ser convidado mais de uma vez para as conferencias da World Association for Symphonic Bands and Ensembles, na Áustria.  
A música produzida pela e para a Banda diversificava com excelência a gama de opções do público paulista. A escolha entre grupos sinfônicos tradicionais, montagens de ópera, concertos de música popular ou coral era enriquecida pela sonoridade única que caracteriza essa formação singular. O repertório nacional está empobrecido sem um de seus patronos, e cada vez mais a população perde em seleção, na possibilidade de diferentes apreciações. Estamos prejudicados pelo afunilamento da pluralidade cultural.
Todos que tiveram a sorte de crescer cercados pela oportunidade de vivenciar a manifestação artística sabem (mesmo que no subconsciente) a importância dessa observação para o seu desenvolvimento crítico e intelectual. É assustador pensar que, são exatamente pessoas educadas e nutridas pela música, que gozam da elocução necessária para destilar o discurso verborrágico e vilipendioso que subjuga qualquer expressão artística. Efetivamente convencendo outros de que o músico é dispensável.
Estamos negando a um número enorme de pessoas, pouco a pouco, as mesmas oportunidades de desenvolvimento intelectual que tivemos, uma manobra vil de domínio civil. Seguindo essa mentalidade a verba da secretária de cultura é o primeiro alvo de cortes, nunca os supersalários de funcionários, nunca as verbas de manutenção e propaganda da máquina pública e seus prédios de dimensões e serviços nababescos e definitivamente nunca o orçamento do verdadeiro entretenimento banal – pão e circo. Muitas áreas para as quais o orçamento é destinado não sofreriam impacto algum se a pequena verba necessária para manter grupos como a BSESP fosse realocado.  Mas o interesse político ainda dita as regras da economia brasileira.
Precisamos de um trabalho árduo e contínuo, a vida obriga o músico a ser muito mais. Recentemente em um texto, o Maestro Abel Rocha nos lembra da importância de sermos especialistas não apenas em música, mas também em direito, administração, gestão publica, retórica, empreendedorismo e outras áreas. Pois uma classe inteira ainda carrega a falsa alcunha de “vagabundos”. Não podemos esperar tempos, como os atuais, de adversidade e luto para mobilização. As circunstancias nos obrigam a lutar diariamente pelo reconhecimento da amplitude dos serviços que prestamos. A Banda acaba, mas a luta continua.
Muitos outros órgãos ainda correm o sério risco de extinção. Mesmo a OSESP, que provavelmente usufrui do maior renome que uma orquestra no Brasil pode ter, vem sofrendo cortes sistemáticos no orçamento que prejudicam a temporada anunciada. Enquanto isso, perdemos grupos menores, é o triste exemplo a Orquestra Sinfônica de São José dos Campos.
A velha jura de utilizar a verba em áreas “mais importantes” foi intensificada mais uma vez. Um velho argumento comprovadamente eficiente em descer a garganta de um grande número de contribuintes, ainda que os setores ditos “mais importantes” continuem, ano após ano, a sofrer com a falta de recursos e a protagonizar a propaganda política de todos os partidos. Parece estranho que todos os valores transferidos do mísero orçamento da cultura, somados a todas as promessas e anúncios oficiais de investimento em saúde e educação nunca sejam suficientes para retirar esses serviços públicos da situação precária em que figuram sistematicamente. Falhe em prevenir e curar, depois falhe em educar (sufocando a cultura, imprescindível ferramenta de instrução): uma receita básica para eleição.

Chorem pela Banda Sinfônica, sim! Mas conjuntamente lutem pela memória dela. Todos nós: músicos, artistas plásticos, escritores, dançarinos, artesãos, leitores, ouvintes, intelectuais ou não, apreciadores – todo aquele que gosta de arte, todo aquele que ainda vai descobrir como é impossível viver sem ela. O cidadão que conserva sua cultura mantém sua história viva, lembra-se do passado para diminuir seus erros no futuro e cria para si e para o próximo a sociedade em que gostaria de viver. Gosto de redobrar a atenção quando ouço uma peça, mas no momento encosto meu ouvido ao lado da sala de concerto e apuro minha audição – escuto silêncio.  







segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Concluindo a maratona literária 2.0


   Um subtitulo interessante seria "Vitórias e Derrotas"  Infelizmente comecei a maratona de uma maneira capenga, não tinha terminado o Liberdade ( Jonathan Frazen ) antes da semana começar, então só fui começar o Obsceno Pássaro da noite de verdade no 3º dia.

   E o que posso dizer é que mesmo no começo do livro já me apaixonei pela escrita do Donoso! Fiz a relação de que ler esse livro é tão bom quanto comer uma fruta doce, parece estranho considerando o tema geral do livro, mas foi realmente essa minha experiencia. Mas decidi que quero alongar essa primeira experiencia com o Obsceno. Quero ter meu próprio tempo para ler e decidir quanto tempo quero passar assimilando a poesia da obra.

   Enquanto isso também li o "Azul é a cor mais quente". Que eu adorei em todos os sentidos, mas não sei dizer se gostei mais do filme ou não! Li em duas "sentadas" por que não queria que terminasse logo :)

   Então decidi começar o 2001 por que já sabia que não queria terminar o Donoso na semana do desafio. Mas o 2001 foi realmente uma derrota! Acabei dando prioridade a outros compromissos durante a semana e mal li livro, devo ter parado no primeiro terço dele até domingo. 

   Falando de um modo geral consegui o objetivo da maratona, que é ler um pouquinho mais do que você se acostuma, sair um de uma zona de conforto, afinal nesse período terminei o calhamaço do Liberdade, avancei bem no calhamaço do Obsceno pássaro da noite, li o "Azul é a cor mais quente" e também comecei o 2001 (que espero terminar hoje pelo menos, rs ). 

   Mas um dia quem sabe ainda viro uma maratonista como o Gabriela :D 


Abraços o/

   












domingo, 12 de janeiro de 2014

Maratona Literária 2.0 + 1º DIA


Para me ajudar um pouco com as minhas próprias metas decidi ( de última hora) entrar na Maratona Literária 2.0 ....

Minha meta? 2 livros e uma HQ...simples não é ? Acontece que os dois livros vão figurar em discussão no Fórum Literário entre Pontos e Vírgulas e eu quero garantir minha participação!

Os livros em questão são:

O obsceno pássaro da noite - José Donoso

e
 2001 - Uma odisseia no espaço - Arthur Clack

+

Azul é a cor mais quente - Por que vi o filme e estou um pouco obcecado com a história! hahahaha!


Tenho uma semana para o desafio.... geralmente leio no máximo  um livro por semana... agora que  me ajudar a romper essa barreira!

Quem mais vai participar ?


Abraços!




DIA I 

Pouco progresso nesse primeiro dia, mas pelo menos avancei mais do que eu pensava que conseguiria para alguém que entrou de última hora. Acontece que eu ainda não tinha nenhum dos volumes que quero ler para maratona! Troféu joinha para mim!

Eu sabia que o Obsceno Pássaro da noite tinha uma de suas edições antigas na Mario de Andrade, mas o 2001 não. Então me aventurei no mundo dos sebos atrás de uma daquelas edições de 196elávaibolinha, ( segredo ? Não estou podendo gastar muito agora :P por isso não fui na livraria logo de cara ). Mas já estava desistindo dos sebos também, nenhum deles tinha essa edição por um preço justo, eu não ia pagar R$15 em um livro amarelado, caído e cheirando mofo de 50 anos de idade! 

Nesse busca cheguei no sebo do Messias, com meu animo lá em baixo, enquanto um dos funcionários foi procurar o 2001 eu fui usar o comutador deles para esperar, e digitei o livro do Donoso só pra ver o que acontecia eis que para meu arrebatamento total e completo me aparece a edição nova de 2013 por míseros R$16 !!!! Tão bom quanto novo, sem marcas, sem arranhões e sem dobrados! LINDO LINDO LINDO. E ainda veio com um marcador artístico muito bonito também.

No final do dia descobri também que meu irmão acabou de comprar essa edição bonita da Aleph do 2001 e vai poder me emprestar :D Meu dia ficou lindo de uma hora pra outra hahahahaha! 

Consegui ler as primeiras 20 páginas mas só a partir de hoje ( 2 dia ) que vou conseguir ler de verdade. Ainda tenho que terminar o Liberdade do Frazen.

Como estão indo suas metas ?




















quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Uma meta verdadeira

   Esse começo de ano fiquei pensando um pouco sobre metas de leitura, re-iniciar minha vida de leitor a partir do ano passado foi minha grande meta cumprida em 2013, afinal no em 2012 eu tinha lido apenas 4 livros no total, disso para 37... é uma grande marca, quase dez vezes mais leitura de um ano para o outro. Estou feliz com certeza.

   Mesmo não querendo admitir sempre tive uma atitude bastante competitiva, mas sempre fui muito bom em esconder isso, quando o assunto é entrar em competição comigo mesmo então! Não posso deixar de me sentir estimulado com os outros booktubers que relatam terem lido 50, 60... mais de 100 livros em um ano. Não é uma questão de querer ganhar de uma outra pessoa que admiro, e sim de auto superação.

   Então agora ao pensar em uma meta possível para esse ano tive de pesar vários pontos. Se 2013 me ensinou uma coisa em relação a metas literárias foi que eu não sou bom para seguir estipulações muito especificas, falhei miseravelmente em propostas como a do "Desafio Literário 2013" que estabelece um gênero diferente por mês e a proposta é ler e fazer a resenha de ao menos um livro nesse tema. Não consegui acompanhar por que outras leituras que queria passaram na frente. A verdade é que me sentia desestimulado por essas amarras. 

   Um outro tipo de desafio que tentei seguir foi o proposto pelo "Fórum entre pontos e vírgulas", a situação aqui foi um pouco diferente, o fórum funciona como um clube do livro, a cada mês estipulamos um livro diferente para fazer a leitura e discussão em grupo depois. Apesar da restrição eu aproveitei muito essa proposta pelo debate, pelo grupo ( que por falar nisso as pessoas desse grupo se tornaram grandes amigos ao longo do ano ). Como o livro é estabelecido um mês antes eu ainda posso pensar se vou me comprometer ou não. Por enquanto tem sido uma grande experiencia, participei da maioria dos meses ano passado. 

   Agora, com a certeza de que um grupo de discussão funciona bem, vou participar também de um clube presencial. No caso organizado pelo pessoal dos Espanadores. A leitura compartilhada desse mês será o Liberdade de Jonathan Frenzen, que já comecei a ler. 

   Pensando em tudo isso eu pensei em uma meta que eu não apenas possa seguir, mas uma que realmente me estimule a ler mais e ler melhor. Uma que não leve em consideração apenas o número de livros ( tentar contabilizar minhas leituras por mês é um outro processo que me desestimula muito ) - por que eu gosto de saborear uma boa leitura e tentar tirar o máximo dela - mas sim o conteúdo. 

   Primeiro eu marquei nessa meta todos livros que eu já tenho na estante ainda não lidos, se eu comprei esses livros foi por que alguma coisa me interessou neles, só mantive Jorge Amado e José Saramago fora dessa lista por que já tenho o projeto de ler os dois em ordem cronológica. Depois procurei na minha lista de "vou ler" no skoob os títulos e autores em que mais pensei durante o ano passado mas acabei por adiar a leitura. Mia Couto*; Mario Vargas Llosa; Gabriel Garcia Márquez; Jorge Luis Borges*; Umberto Eco; Daniel Galera; Ricardo Lísisas*; Chimamanda Adichie*; Clarice Lispector; José Eduardo Agualusa*; Fiódor Dostoiévski; Liev Tolstoi; Michel Foucault*; Haruki Murakami*; Valter Hugo Mãe* e  Rudan Nassar* são os principais nomes nessa lista. A maioria deles ainda a ser descoberto (*), mas não quero deixar nenhum deles de fora essa ano. 

   A contagem total (*e parcial) é de 79 títulos, ainda tenho de pensar nessa lista os do Jorge e do Saramago, os de música e vários em inglês que estão apenas do good reads. Não sou completamente louco, essa não é uma meta para apenas 2014 de maneira alguma, essa lista é um guia para sanar um problema ano passado que foi o de ter todas as novidades de uma maneira dispersa, agora que consegui identificar estilos que eu prefiro vou mergulhar de cabeça neles. Minha única meta verdadeira de 2014 é me guiar nas leituras a partir dessa lista. 

   E as suas metas? Quais são ?


terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Retrospectiva Literária Sensual 2013

Última postagem do ano..... e onde está a vergonha na cara para admitir que ficou mais de 8 meses sem escrever nada por aqui ? : D Época de renovação e recomeços não é ? O melhor mesmo é fechar esse ano que foi tão importante pra mim como o ano em que retomei minha paixão pela literatura.

TAG: Retrospectiva Literária Sensual 2013


Perguntas feitas pela Michelle do "Resumo da Ópera" 

Vamos as categorias: 

- A capa do ano:






   A capa de "O rei do inverno" de Bernad Cornwell é a mais bonita do ano e uma das mais bonitas que eu já vi na vida, geralmente goto de ler livros que foram escritos em Inglês na língua original, mas com uma capa dessas quem resiste ter essa bela edição Brasileira? 

   Alem disso é uma ótima leitura, o autor representa de uma maneira bastante realista a trajetória do Rei Arthur através dos olhos de outro personagem ainda mais interessante "Derfel". Trama longa cheia de batalhas interessantes e descrições de costumes da época de maneiras muito inusitadas. O primeiro de uma trilogia é um prato cheio para os que gostam de uma leitura rica, história e batalhas.






- O título do ano:


   

   Estamos falando sobre títulos impactantes ? "Barba ensopada de sangue" com toda a certeza é o título mais criativo desse ano dentre as minhas leituras, instigante e intrigante, garante que muita gente vá conferir a contra capa conferir sobre o que o livro trata. E o melhor disso é que nenhuma sinopse consegue ajudar a desvendar esse título.

   O livro retrata a história de uma personagem que não recebe um nome, depois da morte do pai o jovem se muda com a cachorra que pertencia ao falecido para uma pequena cidade chamada Garopaba querendo desvendar a morte misteriosa do avô que não conheceu. Lá vai desenvolver relacionamentos e inimizades em uma jornada de auto conhecimento.

   Essa leitura também foi uma da melhores do ano, Daniel Galera escreve de maneira muito interessante, minunciosamente detalhada e descritiva. A leitura se torna uma grande viagem de paralelos entre homem e natureza, uma busca psicológica de identidade. É um daqueles livros que você tem que ler para entender, eu fico perdido quando tento recomenda-lo mas me considero muito sortudo de ter conhecido o autor esse ano. 



- A surpresa do ano:






   Comecei a ler "Jogos vorazes" sem grandes expectativas, queria conhecer o gênero de Y.A e já tinha visto e gostado do filme. Geralmente os livros realmente são melhores do que o filme, mas como já tinha passado uma experiencia ruim com outro Y.A comecei essa leitura com um pé atrás, por pura curiosidade e para não rejeitar um gênero inteiro por apenas um livro.

   Me impressionei muito com a qualidade da enredo, das personagens bem desenvolvidas e com o triangulo amoroso muito bem criado. É verdade que não coloco entre as melhores leituras do ano, mas realmente se tornou a maior surpresa. É uma boa diversão com bons elementos.

   A história da moça que se oferece como "tributo" no lugar da irmã menor para participar de um reality show bizarro de luta até a morte arquitetado por um governo tirânico acerta muitos pontos e consegue agregar ao gênero maior das distopias.




- A decepção do ano:







   Esse era um livro que tinha tudo para estar entre os meus favoritos do ano, considerado um clássico, belíssima capa, adaptação cinematográfica aclamada com Anthony Hopkins, muitas recomendações no Skoob.... acabou se tornando minha única desistência de 2013. 

   O livro conta a história de um mordomo que serviu na casa de um lorde inglês no período que antecedeu a segunda grande guerra e serve para demonstrar no microcosmos daquela mansão as alianças e acontecimentos políticos que levaram ao levante de poder do nazismo. 

   A verdade é que para aproveitar a leitura você deve se envolver ao ponto de passar do dia a dia comum do personagem e pensar sobre as representações de esquemas políticos da época. Infelizmente eu não consegui, me forcei a ler até a metade do livro, me enganando que um pouco mais a frente na leitura eu iria deixar de ver apenas o cotidiano maçante desse mordomo pouco interessante. 

   Diferentemente dos outros livros que já abandonei, não tenho a mínima vontade de tentar retomar essa leitura algum dia.




- A série do ano:





   Quem leva a série do ano é Edgar Rice Burroughs, com as crônicas Barsonianas, por enquanto com 3 volumes lançados no Brasil. Essa foi mais um surpresa muito agradável. A série trata de John Carter, um humano que acidentalmente cai em Barsson ( Marte ) e lá descobre que sua musculatura adaptada a gravidade da terra lhe confere um físico superior em relação aos habitantes daquele planeta. Ele pode saltar distancias incríveis e sua força é capaz de derrubar qualquer guerreiro com apenas um golpe. 

   Assim começam as aventuras de um grande guerreiro, que são feitas de muitas e muitas batalhas, alem do resgate de belas princesas em apuros ao melhor estilo cavalheiro sulista macho. A série de ficção cientifica do mesmo criador do Tarzan tem muitos elementos de ação e ficção para te manter grudado ao livro.

   Dos três lançamentos definitivamente considerei o segundo "Os deuses de Marte" o melhor, cheio de uma visão bastante crítica ao fanatismo religioso cheio de passagens excelentes para qualquer leitor se deleitar e poder refletir. O terceiro volume "Os comandantes de marte" foi o último livro do ano.





- O livro nacional do ano:









   Sim, Barba ensopada de sangue ganha mais um título nessa lista! Foi um número pequeno de livros nacionais este ano, 6 títulos. E mesmo competindo com os romances do próximo "premiado" conseguiu ser a leitura nacional mais prazerosa.




- O autor do ano (um que você tenha lido pela primeira vez este ano)









   "Nunca te li, sempre te amei." É definitivamente a frase certa para definir a relação que desenvolvi com a literatura do Jorge esse ano. Demorou muito para conhecer a obra desse senhor mas finalmente aconteceu! 

   Ganhei um volume intitulado "Jorge Amado Essencial" de presente da minha irmã. Com dois contos mais trechos selecionados de vários romances. Desde então comecei meu projeto de ler todos seus livros em ordem cronológica. Esse ano foi a vez de "País do carnaval", "Cacau" e "Suor". Alem de "A morte e a morte de Quincas Berro d'água" e "De como o mulato Porciúncula descarregou o seu defunto", os contos que constavam integralmente no livro.

   Mesmo imerso em uma filosofia com a qual não compactuo, principalmente nos primeiros romances, o Jorge conseguiu me prender em suas palavras de uma forma maluca. Os personagens dele são vivos e a maneira dele contar qualquer história te coloca no ponto de vista do autor, acabei simpatizando com as palavras dele. Como mencionei em um vlog que filmei recentemente "O Jorge Amado é simplesmente foda pra escrever".

   É uma maneira sincera de me expressar : ) 




- A pechincha ou a raridade do ano:








   O ainda não lido Anna Kariênina da Cosac Naify, livro que chega facilmente em R$100 saiu por menos de R$20 em uma promoção louca da internet : D 



- O melhor desfecho:







   O final de "The Casual Vacancy" não é um grande cena impactante mas é a conjunção do destino de todos os personagem com o fechamento do ciclo imediato de cada um deles. Escolhi esse final por que é o que melhor encerrou a história proposta e foi além da vida dos próprios personagens para englobar todo o conceito de "abandono" da obra.






- O protagonista masculino do ano:







   Sem nome e sem face o protagonista de "Barba ensopada de sangue" está constantemente procurando a própria identidade, sua determinação e busca constante de definição juntamento com o temperamento calmo, a hombridade e destreza física fizeram me sentir muito próximo do personagem. Imagino que algumas dessas características ajudem vários leitores a se associarem com ele. A história interessante e bem escrita também faz parte da escolha. 





- O protagonista feminino do ano:








   Sim eu gosto de personagens que não recebem nomes durante o enredo! A pobre governante de "A outra volta do parafuso" se engrenha em uma batalha complicada contra seres diversos e contra sua mente. Novamente a determinação, no caso em salvar a alma das crianças de que toma conta, me fez escolher essa jovem como melhor protagonista. Sua integridade e o ótimo romance de Henry James garantem uma leitura excelente na qual você acompanha a trajetória e a luta ( que vai muito alem de uma simples luta contra fantasmas ) dessa brava mulher. 






- Personagem coadjuvante masculino:








   Buell Quain foi uma pessoa. Um etnólogo americano que se matou entre índios brasileiros. No romance "Nove Noites" de Bernardo de Carvalho a figura histórica se torna um personagem. Na verdade o personagem é o principal da trama, mas o romance investiga as razões por trás de seu suicídio e ele é apenas citado então decidi que ele poderia muito bem ser eleito nessa categoria.

   Mais um personagem que ilustra uma busca no exterior um sentido para o seu interior, o auto exílio e o convívio com uma tribo tão diferente dele aparecem como meios para entender a sua identidade. Esse tema foi muito recorrente nas minhas leituras desse ano e foi também um tema muito importante para mim. 






- Personagem coadjuvante feminino:









   Nimue. Feiticeira? Ninfa? Louca? Mais uma personagem muito forte das crônicas da Arthur de Bernard Cornwell. Nimue é a órfã resgatada por Merlin juntamente com Derfel e é sua aprendiz. Sempre determinada e uma guerreira nata ela usa sua inteligencia e frieza para subjugar seus inimigos. 

   Personagem admirável e amedrontadora não deixa de conquistar o leitor pela provas pelas quais tem de passar. Sua certeza em seus conhecimentos e rituais constroem uma aura envolvente enquanto vemos ela não apenas auxiliar Derfel em sua jornada mas criar a própria história. 




- O pior do ano:









   Nessa categoria pesei esse livro e o "Dezesseis Luas", mas "Eu, Anna." leva o premio por ser o romance mais pretensioso e sem resolução nenhuma que eu já li. A única razão para não ter abandonado a leitura foi a vontade de fazer uma comparação com o filme para o segmento "Li e Vi" que faço junto com meu irmão no vlog.

   Apesar da boa premissa psicológica da autora todo o resto do livro me pareceu falso. Os personagens constroem relacionamentos e emoções em um piscar de olhos sem razões aparentes para tudo isso, em vários pontos a história vai para lugares que só funcionam na imaginação da autora, tudo muito descosturado. 

   Existe uma história policial no livro, mas você já conhece toda a ocorrência logo no inicio. Infelizmente algum suspense real seria o único ponto capaz de salvar a história. O que a autora tenta construir na verdade é uma tensão em volta de dois pontos: as decisões do investigador que vai se envolver com a investigada e a instabilidade mental dessa personagem principal. Mas a relação dos dois é muito morna e o estado mental de Anna basicamente não se altera, sempre o mesmo "quase", que "quase" chega a algum lugar.

   E Anna conseguiu ser a personagem mais sonsa que já vi na vida, chegar no desfecho pobre do livro foi uma tarefa realmente entediante.




- O melhor do ano:











































   É muito complicado escolher apenas um livro de todos no ano, então me voltei aos dois que primeiro apareceram na minha mente.

   A morte e a morte de Quincas Berro D'água foi meu primeiro texto integral de Jorge Amado, autor que se tornou meu favorito. Quem já leu sabe a obra de arte hilária que é esse conto, inteligente e extraordinário só não ganhou na categoria "melhor nacional do ano" por que não trata do tema de busca pela identidade que me foi tão marcante. Mas é um conto para relaxar e se matar de rir com todo o poder da literatura de Jorge Amado, esse pequeno exemplo demostra toda a habilidade do nosso gênio nacional.

   No empate o excelente "Crime e Castigo" que merece o título de clássico da literatura mundial. A história intrigante de Raskolnikov um jovem que pela vontade de resolver a vida financeira mata um velha usuraria e rouba alguns de seus pertences. Esse romance psicológico , um exemplo do que realmente é o gênero, se desenvolve de várias maneiras inteligentes, são muitas tramas envolta do personagem que se enlaçam e vão traçando o destino do jovem. Esse livro vai estar sempre entre os melhores da minha vida, alem da trama desenvolvida de forma primorosa o próprio estilo de escrever do autor deixa um impacto no leitor.

As duas melhores recomendações que posso fazer!






- Sua meta 2013 foi cumprida?


   Definitivamente! Minha meta esse ano ao começar o canal no youtube e abrir o blog era simplesmente criar o habito de leitura constante, sempre gostei de ler mas sempre ia adiando a compra dos títulos que me interessavam pensando "Esse livro está muito caro" ou "Vou poder ler mais tarde". Em 2012 li apenas 4 livros por causa disso, e demorei muito para ler cada um deles.

   Minha vontade esse ano era conseguir ler tudo o que me dava vontade e conhecer melhor meu gosto. A leitura é um ato muito prazeroso e estimula a inteligência de modo maravilhoso, é um estimulo a criatividade e falar sobre as leituras com amigos ajuda a desenvolver sua compreensão da obra assim como sua interpretação de textos. Fazer resenhas e criticas modela sue senso crítico para todos os sentidos da vida alem da prática em escrever texto e discursar sobre algum tema. 

   Falando em números eu li 37 livros esse ano,  se contar ainda o que abandonei e os que comecei a ler  mas ainda não terminei posso dizer com certeza que li mais de 10x o que li no ano anterior. Uma meta muito comprida :) 



- Qual é sua meta para 2014?



   Ler mais, melhor, ler novos autores e novos gêneros. Quero desenvolver meu alemão urgentemente e descobrir mais sobre livros de ensaio. Devo ter lido meu primeiro livro de ensaios esse ano e me viciei no estilo tão rico, uma relação de crítica e detalhes em volta de um tema central.





   Mas definitivamente o que mais gostei desse ano foram as amizades que fiz nesse meio, começaram com pessoas que eu admirava pelas resenhas e gosto literário e cresceram para muito mais que mentores. Um grupo de amigos sensuais e loucos que falam sobre livros, cultura e besteira até perder de vista! Um grupo de apoio maravilhoso que se ajuda a superar adversidades e quais quer outros problemas, podemos não estar sempre presentes em carne e osso mas pela internet estamos sempre unidos.

   Amo todos vocês : D

Obrigado a todos que acompanham o Vlog ou o Blog  e um feliz 2014 a todos vocês ;)

terça-feira, 14 de maio de 2013

É só isso mesmo produção ????

Um mês que não está rendendo, e eu não percebi! Fico me perguntando como aconteceu.

Estou muito decepcionado comigo mesmo, forma apenas dois livros em 14 dias do mês, praticamente metade do mês e mesmo o blog e o canal do youtube não estão rendendo.  Eu consigo olhar meus dias e entender que com o fim do semestre estou ocupado em dobro com a faculdade, e que o trabalho esse mês também foi muito puxado, passei alguns dias sem ler nada na verdade. Mas isso não pode ser uma desculpa! 

Já virou um problema que eu não posso deixar passar. As pessoas que lerem esse post podem ter a idéia de que me sinto desesperado por uma coisa trivial como quantidade de livros, ignorando o fato de que a leitura é um prazer e não uma corrida.

Mas a verdade é que o meu prazer é que está passando batido, tenho entregado meus dias a labuta pela labuta,  eu estudo e trabalho com Música que é o meu maior prazer na vida, e agora também a literatura, meus vlog e blog ( prazeres não atrelados a responsabilidades ) estão comprometidos. 

A baixa quantidade de leituras é um sintoma do problema entendem? 

São tantos autores maravilhosos que quero visitar, o tempo sempre um mestre tão subjetivo! 

Senti a necessidade de fazer uma mini meta esse mês, retomar as rédias dos meus prazeres! (Vou vender essa frase como título para a E. L James , rs ).

Estou saboreando a alguns dias meu primeiro romance de Jorge Amado, que termino hoje.



Quero completar a leitura com informações vindas de uma biografia do autor. 

Minha meta vai ser constituída em duas etapas de auto realização exatamente para não fazer da leitura também uma obrigação:

Primeira etapa: 2 livros para 2 desafios

A morte de Ivan Illich para o fórum Entre Pontos e Virgulas: 


To Kill a Mockingbird para o desafio literario 2013:


Segunda Etapa: Começar o Segundo projeto pessoal de leituras em ordem cronológica com Saramago 

  



Então me desejem sorte!!!

Abraços :D 
























sexta-feira, 3 de maio de 2013

Imoressões: Olhos de cão azul - Gabriel Garcia Marques

Livro: Olhos de cão azul  ( Ojos de perro azul )
Autor: Gabriel Garcia Marques ( 1927 - Colombia )
Editora: Record, 157 págs








Um aviso rápido aos incautos, conhecer Garcia Marques pode ser uma grande experiencia de estranhamento muito agradável !




Nessa reunião de contos do Colombiano somos levados sem preparação para a terra do realismo fantástico onde sonhos são de verdade, os mortos falam e chove semanas a fio. A escrita do autor é muito pessoal, todo leitor que quiser apreciar esses textos deve mergulhar de cabeça nas obras e entender que o entendimento universal não é uma premissa aqui.


O tema geral que liga os textos também é delicado: a morte. De uma forma brilhante o autor vasculha aspectos dessa "enimiga" e como ela pode ser encarada. Sensações e pensamentos surgem como se fossem reais e desaparecem como se não estivem lá para começo de conversa.


E o fantástico não para por ai, no conto "Nabo, o negro que fez esperar os anjos" acompanhamos os anos finais de um garoto preso no limbo entre a vida e a morte, uma família fantasma  e uma garotinha peculiar. No conto que da nome ao livro um casal discute a relação que só existe enquanto eles dormem, nos sonhos, não se conhecem na vida real. Em "Eva está dentro de seu gato" acompanhamos uma dama presa ao seu passado de mulher viva. "Dialgo com o espelho" retrata os dilemas de estranhamento que um homem pode sofrer ao se barbear. 

Nada é colocada de maneira muito convencional, como em um quadro impressionista onde os contornos não são bem definidos cabe ao leitor imaginar e interpretar o cenário e as suas explicações que permeiam os acontecimentos de cada texto. E em alguns contos um único personagem se desdobra em vários outros. 

O prazer dessa leitura me veio em sentir várias emoções e associar várias coisas a aqueles poucos elementos de texto, e de apreciar a beleza com a qual uma homem com um lápis e papel pode distorcer sua própria realidade, criar o que quiser. 



Os contos:

- A terceira renuncia
- A outra costela da morte
- Eva está em seu gato
- Amargura para três sonâmbulos 
- Diálogo com o espelho
- Olhos de cão azul
- A mulher que chegava as seis
- Alguém desarruma estas rosas
- Nabo, o negro que fez os anjos esperarem
- Noite dos alcaravões
- Isabel vendo chover em Macando 

Alguns são fácies de encontrar na internet, se tiverem curiosidade sobre o enredo de algum é só me perguntar :)


terça-feira, 30 de abril de 2013

Impressões de leitura: O rei do Inverno - Bernard Cornwell



Livro: O rei do inverno ( As crônicas de Arthur vol. I )
Autor: Bernard Cornwell - 1944, Inglaterra.
Editora: Record , 544 págs.





  O que faz de um homem, homem? É uma das perguntas que me veio a mente durante a leitura de O Rei do Inverno. Esse romance histórico tenta acomodar  fato e mito dentro de pouco mais de quinhentas páginas e responder essa pergunta.

  A história de Arthur já foi vista de aspectos muito diferentes e são os diversos autores que pouco a pouco vão transformando um mito em lenda. Cornwell não foge dessa mitificação, mas escolhe um caminho totalmente centrado na realidade.

Nimue e Merlin
  A decisão de colocar o leitor nos olhos de um personagem "secundário" ( por não ser o próprio Arthur ) traz um distanciamento do personagem principal da crônica, mas serve para demonstrar genialmente o fato de que Arthur será sempre um mito, contado da boca de um outro alguém, um alguém que nunca poderia de fato conhecer o personagem por completo, alguém que se torna um novo autor.

  Cornwell possui um estilo muito direto e descritivo como uma narração detalhada de um cenário, esse estilo não acrescenta muitas surpresas ou lirismo mas ajuda a situar o leitor no ambiente. Essa escrita se alia a narração de diversas batalhas com explicações sobre as formações de ataque e estratégias. 

Merlin e Arthur
  Apesar de riscar o fator fantástico de seu livro o autor ainda consegue satisfazer o gosto pelo mistico dos leitores com a motivação religiosa por trás dos fatos, a vida dos guerreiros está entrelaçada a fundo com um druida, um feiticeiro ou uma sacerdotisa. Essa representação das religiões antigas é parte vital na história e recebe tratamento digno, rituais e superstições são ricos.

 Existe um certo arrastamento de algumas das histórias individuais, enredos que poderiam ter sido enxugados chegando ao seu clímax mai rapidamente e diminuindo o tamanho geral do volume. Repetições muito constantes de termos e expressões também poderiam ter os mesmos cortes. 

   Diversos personagens conhecidos das lendas estão no livro: Mordred, Guinevere, Lancelot, Merlin, Nimue, Uther. Suas vidas a serviço da história que Bernard Cornwell quer contar.

  A leitura não é feita para gerar reflexões e sim para apreciar a questão de criação da história com os fatores de um passado real, as várias horas investidas trazem uma quantidade grande de novos fatos e informações.

Olha que simpático o autor! 
















sexta-feira, 19 de abril de 2013

Interlúdio - Exposição de vasos Chineses na Paulista



Enquanto vou passando por alguns problemas técnicos com o vlog vou postando aqui. 


Encontrei essa exposição por acidente na Av. Paulista outro dia, e por acidente eu quero dizer "quando eu estava andando na direção errada para chegar a um lugar que tinha visitado no dia anterior".
              



Eu não intendo da história da arte Chinesa, mas alguns desses vasos eram muito bonitos.




A vontade era de levar alguns para casa! Mas teria de trabalhar alguns meses exclusivamente para isso, rs. 

As cores mais vibrantes me chamaram mais a atenção.




Também as estatuas e um quadro.


A exposição fica até o final desse mês, em um cantinho escondido da avenida, não lembro a localização exata mas é antes do número 900 com certeza.


Abraços ;)